Dentro de cada um de nós há um baú. Há uma caixinha fechada a sete chaves, todas elas espalhadas pela nossa vida. Há um pedaço de céu, um pedaço de terra. Deixamo-nos enfeitiçar por vezes por aqueles que querem descobrir a essência desse sítio só nosso, e quando finalmente o abrem, vê-se aquele pó brilhante a misturar-se com um ar saturado e taciturno e tudo fica assim, quieto e intocável. Ninguém se mexe, ninguém tem a coragem suficiente para dar o primeiro passo, para fechar novamente o baú e tentar enchê-lo mais uma vez.
Então o baú, antes cheio, agora vazio, fica assim, escancarado para o mundo, para a vida, para tudo.
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