sábado, 24 de novembro de 2012


olha-se para a folha em branco e nada nasce. não nascem as palavras, não nascem os pensamentos. ao contrário. morrem as palavras, morrem os pensamentos. na solidão da lareira apagada e dos sons que não ecoam pela casa sente-se a frieza da noite escurecida pela lua quase cheia. no chão as folhas morrem sem dizer um adeus. afogam-se em poças nascidas sem licença. vê-se o flash de uma máquina desamparada entre duas mãos perdidas. aparecem as memórias nos negativos antigos, de tempos antigos, de gestos perdidos.